Rio de Janeiro, RJ
"Os erros são muitos e as arbitrariedades ainda maiores, O que levamos anos e meses para construir é devastado em questão de segundos pela CBDS"
CBDS impede
participação de judocas surdos do RJ de parcticipar do Surdolímpico.
(Por Eduardo Duarte AVD/RJ) A Confederação Brasileira Desportiva de Surdos (CBDS) que
tem por objetivo fomentar o Desporto de Surdos no país e buscar todas as
ferramentas necessárias para auxiliar suas filiadas e surdos atletas do Brasil
vem prejudicando sucessivamente as diversas modalidades esportivas, em especial
o judô.
“A CBDS é uma entidade e como tal não tem culpa. As pessoas
que a representam são os verdadeiros culpados. Estes deveriam lutar pelo
desenvolvimento do segmento Surdolímpico no país mas estão mais preocupadas em
exercer a gestão em benefício próprio, ou seja, o medo de perder o poder vem
fezendo com que impere muitas das arbitrariedades e abusos que estamos
denunciando. Estas pessoas desprezam a luta árdua de suas filiadas, surdos
atletas, colaboradores e demais em nome de meia dúzia de pessoas e seus
interesses que provavelmente pensam que são donos da CBDS. Ao ser vedado o
direito dos atletas de não participarem do Surdolímpico só vem a prejudicar a
imagem da própria CBDS. A mesma foi informada e orientada diversas vezes pela
AVD e FDSERJ, através de sua assessoria jurídica, para que fossem flexíveis e
que o momento deveria ser de união o que não ocorreu. Agora vamos analisar
todas as provas para impetrar uma ação contra a entidade e aqueles que a
representam. É o início de uma grande batalha com o único objetivo de
fortalecer o segmento no país. Esperamos que o resultado seja favorável e que
uma nova fase se inicie com muita transparência e profissionalismo.” Disse
Eduardo Duarte. Ex Diretor do Departamento de Lutas da CBDS e
Coordenador/Técnico da AVD.
O patrocínio junto ao Governo do Estado do Rio de Janeiro,
através da SEEL, contemplaria 12 surdos atletas, 01 técnico e 01
Fisioterapeuta, todos da AVD que por sua vez é filiada a FDSERJ.
O convênio não pôde ser celebrado, ou melhor, não foi
possível dar entrada devido a falta dos orçamentos, uma vez que para dar
entrada é preciso entregar o projeto com todas as certidões, declarações e
orçamentos. O proponente seria a FJERJ.
O convênio foi obtido pela AVD em virtude desta integrar o
Rio 2016 e por ser a maior potência nacional na área do Judô para Surdos no
estado e país. A FDSERJ como representante legal no estado deu todo o suporte
necessário a sua afiliada, tendo em vista que conquistas no Surdolímpico
fortalecem à todos quanto a futuros apoios e patrocínios. Alguns já em
andamento.
O professor Duarte enfrenta problemas internos na CBDS desde
2008, conseguindo contornar a maioria deles. Problemas estes enfrentados
diversas vezes com o Gustavo Perazollo, atual Presidente da CBDS, que antes era
o Diretor de Esportes da entidade.
Em 2012, Duarte, então Diretor do Departamento de Lutas da
CBDS, solicita apoio ao Governo Federal, da Presidente Dilma e ao Ministério do
Esporte, para que patrocinem a ida de cerca de 30 surdos atletas nas
modalidades judô, karate e taekwondo. Patrocínio conseguido. O diretor de lutas
por sua vez comunica a CBDS e seu presidente não fica nada satisfeito, fala em
hierarquia entre outros. Enfim, a CBDS não deu entrada no projeto através do SICONV
e os surdos atletas e o Desporto de Surdos foi prejudicado por esta gestão que
mostra total autoritarismo e profissionalismo. O mais absurdo estaria por vir
ainda. Após o mundial a CBDS faz duras críticas ao seu Diretor de Lutas pela
posição adotada contra a organização do mundial sem que tenha lhe pedido ou
dado a ele a chance de explicar o que houve.
O mundial começou errado desde o momento que a delegação
chegou ao hotel que não era o mencionado para as reservas. A alimentação
inadequada, hamburguer, pizza e outros,o fato de terem retido nossos documentos
e a tentativa de cobrar o dobro do valor da passagem aérea e do ferry bout da
Venezuela para a Ilha de Margarita.O diretor ao verificar inúmeras
irregularidades pediu para encerrar a conta da delegação brasileira partindo
para outro hotel com boa alimentação. Outro ponto favorável foi que Duarte
conseguiu que os almoços fossem entregues no Ginásio onde era realizado o
Mundial evitando um maior desgaste para os atletas. O presidente da CBDS por
sua vez falou que deveríamos pagar o hotel porque fizemos a reserva e saimos
antes. Qual seria os verdadeiros interesses em tentar nos obrigar a pagar essa
conta? De forma inacreditável a CBDS se colocou do lado da Venezuela e contra
aqueles que mais uma vez deveria defender.
Com todos os problemas e a repercussão negativa diante de um
e-mail encaminhado pelo Pf. Eduardo Duarte à todos os filiados no Brasil e
exterior o Presidente da CBDS prontificou-se a pagar sua passagem aérea. E os
atletas? Mais umavez o incasável Duarte buscou apoios, conseguindo o auxílio de
17 deputados estaduais e de empresas. Mesmo assim foi preciso que os atletas
pagassem altos valores do próprio bolso para que o sonho do Mundial não virasse
um pesadelo. Resultado 06 medalhas (01 Ouro, 03 Pratas e 02 Bronzes-Equipe e
Kata) para o Brasil e o inédito 4º lugar no judô.
Desde o início do ano estávamos
preocupados pois sabemos que a CBDS não tem planejamento, muito menos no que se
refere a patrocínios e convênios. Estes por sua vez precisam ser elaborados com
um ano de antecedência. O que acarretou uma vergonhosa mudança de data e cidade
dos Jogos Pan Americanos de Surdos porque nem haviam comunicado ao ME, além do
cancelamento, participação, do Brasil em diversas modalidades esportivas (Mundiais)
e a eliminação do país no futebol. Este sequer conseguiu classificação na
Seletiva do Surdolímpico.
SUCESSIVOS ERROS
A CBDS cancela a Seletiva, II
Copa Brasil de Lutas realizada no RJ, com mais de 30 surdos atletas e outorga
como a principal uma segunda realizada em SP que não chegou a 18 atletas
inscritos.
Sai a convocação e a CBDS não
convoca os atletas medalhistas no Mundial e que participaram das duas
seletivas, convocando apenas 05 atletas da AVD. A AVD aciona a CBDS informando
o erro e a arbitrariedade em não reconhecer uma seletiva que teve a sua
chancela e inicia um novo embate. A convocação dos outros atletas. A CBDS por
sua vez não compreende o regulamento enviado pela ICSD e informa que não se
pode convocar mais atletas quando está claro que neste Surdolímpico o formato
seria igual ao do Mundial, Individual, Equipe, Open e Kata. Portanto,
poderíamos levar mais do que os 08 atletas ditos, entendidos, pela entidade,
assim como atletas do mesmo peso (categoria).
O problema persiste durante muito
tempo até que a CBDS convoca quase todos com direito adquirido. Ao mesmo tempo,
inicia-se outro embate relacionado aos valores cobrados pela CBDS e que estes
deveriam ser pagos diretamente a ela.
A AVD por ter conseguido o
patrocínio junto ao governo do estado inicia a pesquisa de valores, são
necessários 3 orçamentos para cada item, e verifica que o valor cobrado pela
CBDS não bate. Pede a CBDS que informe também os valores detalhadamente o que
só foi feito até pouco tempo atrás. A constatação. O valor informado pela CBDS
de hospedagem chega a dobrar de preço conforme o pesquisado no site da O.C.
Bulgária.
A FDSERJ encaminha e-mails
explicativos até com o Decreto que exige os orçamentos ou um parâmetro para tal
cobrança, mas a CBDS informa que ela é soberana. Sendo assim, ficou inviável a
celebração do convênio junto ao estado e a participação dos judocas surdos no
Surdolímpico da Bulgária, em Sofia, este ano em julho e agosto.
Os erros são muitos e as
arbitrariedades ainda maiores. Este ano a CBDS divulgou em seu site do
Surdolímpico que “os cartolas do COB, CPB e o Minsitro Aldo ignoram o Desporto
de Surdos no Brasil.” Mais alarmante ainda foi a declaração do Presidente da
CBDS Gustavo nas redes sociais quando informado que os judocas surdos
conseguiram o patrocínio junto ao Governo do Estado do RJ/SEEL. “VI
INFELIZMENTE”. E para mostrar a total falta de profissionalismo e organização
que vem sendo exercida na CBDS foi a solicitação da Ficha de Inscrição dos
atletas Heverson e William, ambos já integraram a seleção brasileira, um
medalhista, e com registros na ICSD. Outro fato inusitado e tão pouco razoável
foi a tentativa da FDSERJ encaminhar um e-mail a FDSERJ com cópia para SEEL/RJ
querendo que a Federação pedisse apoio para surdos que não são filiados a entidade.
Um destes atletas inclusive é filiado em SP.
“Este espaço é muito importante para que fique claro para
toda a comunidade surda como a CBDS trata o assunto, o deporto. São muitas
colocações impostas que não refletem a realidade de outros países como a
questão que colocavam para todos no Brasil que não se pode ter presidentes
ouvintes ou que a CBDS não poderia estar ligada ao COB ou CPB porque seria
desfiliada da ICSD. Outra situação que desenham, falam para seus filiados e
atletas, é que não o Ministério do Esporte não apoia a CBDS. Ora, basta que se
faça um projeto detalhado e com visíveis resultados que teremos sempre o apoio
do Governo Federal. Mas devido aos insucessos da CBDS é mais fácil falar que o
ME ignora os surdos no país o que é uma grande mentira, tendo em vista o apoio
que consegui para o Mundial de Lutas de 2012, na Venezuela. O que levamos anos
e meses para construir é devastado em questão de segundos pela CBDS”. Encerra
Eduardo Duarte, que também é o Presidente da FDSERJ.
A postura adotada pela atual
diretoria da CBDS prejudica diretamente os judocas surdos, a AVD, a FDSERJ e
todo o desporto de surdos do estado e do país.
Eduardo Duarte AVD/RJDivulgação JUDOinforme
Prof. Rocha - Jornalista